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O estado de São Paulo atingiu ontem 100% da população adulta vacinada com pelo menos uma dose contra a Covid-19. O número equivale a 35,3 milhões de pessoas vacinadas.

A marca não significa, necessariamente, que todos os paulistas tomaram a vacina, mas sim que foram aplicadas doses equivalentes ao tamanho da população estimada pelo IBGE para o estado. Pessoas de outras partes do país também podem ter se vacinado em São Paulo.

Segundo dados do Vacinômetro atualizados até ontem (25), foram aplicadas 70,4 milhões de doses no estado, sendo 37,4 milhões de primeira dose; 29,5 milhões de segunda dose; e 1,1 milhão de vacinas de dose única. O equivalente a:

100% da população adulta com uma dose

  • 86,6% da população adulta com esquema vacinal completo
  • 83,4% da população total com uma dose
  • 66,3% da população total com esquema vacinal completo

Ainda há 4 milhões de pessoas que não compareceram aos postos para tomar a segunda dose na data marcada.

Em Avaré, já foram aplicadas 144.880 doses de vacinas (incluindo primeira, segunda e terceiras doses), mas segundo último levantamento da Vigilância Epidemiológica mais de 8,5 mil pessoas ainda não haviam tomado segundas e terceiras doses, para completar o ciclo vacinal e muitas vacinas corriam o risco de serem perdidas por conta do prazo de validade.

Infelizmente, esse número não inclui pessoas que não querem tomar vacina – por algum motivo – o que compromete o tão esperado fim da pandemia, já que a imunização não seria de 100% da população.

Recentemente o Ministério da Saúde elaborou um tira-dúvidas para incentivar estas pessoas a se vacinarem.

 

Qual a importância de se tomar a segunda dose da vacina Covid-19?

Dados mostram que a primeira dose da AstraZeneca, Pfizer e Janssen já possuem uma boa eficácia para formas graves da doença. Porém, a segunda dose promove um aumento significativo da resposta imune, aumento da proteção para formas graves e apenas após a segunda dose se tem uma boa proteção para formas leves, o que é importante para reduzir a transmissão. O aumento da resposta imune após a segunda dose tende também a aumentar a duração da proteção que aquela pessoa vai ter após a vacinação.

 

É recomendável tomar a segunda dose da vacina Covid-19 diferente da primeira?

De maneira geral esta não é a recomendação. Como regra geral, a orientação é que o esquema seja completado com a mesma vacina. Porém, em situações específicas, esta estratégia pode ser usada.

Pessoas que vêm do exterior, que receberam a primeira dose de um fabricante que não possui no Brasil, também está recomendada a administração de outro fabricante.

Além disso, pessoas que tiveram algum evento adverso grave que de fato contraindique a vacinação com o mesmo fabricante, também é indicada a aplicação de outro imunizante.

 

Preciso receber a segunda dose da vacina hoje. Porém, estou me recuperando de uma gripe. Posso tomar?

Não há evidências de que uma gripe recente interfira na resposta da vacina. Provável que não. A orientação é que aguarde a recuperação para receber a vacina. Isso é importante, principalmente, para que os sintomas dessa doença não sejam confundidos como potenciais eventos adversos das vacinas.

Mas um resfriado leve, em que a pessoa não tenha febre, mas só uma coriza, de maneira geral não há problemas. Ressalta-se no entanto que pessoas que tiveram covid-19 devem aguardar 28 dias a partir da data do início dos sintomas para receberem a vacina, desde que estejam em recuperação clínica, ou seja, se você tem sintomas de gripe é fundamental fazer o teste para covid-19 para um diagnóstico adequado.

 

Vou realizar uma cirurgia. Devo esperar recuperação para tomar minha dose da vacina?

Se é uma cirurgia simples, não tem contraindicação. Cirurgias de grande porte, de fato, é bom evitar. O ideal é que a pessoa se vacine primeiro para depois passar pela cirurgia. Ou o contrário: aguardar recuperação para receber a dose. A preocupação inicial, diante disso, é não confundir as complicações de uma cirurgia com os eventos da vacinação.

 

Tomei a primeira dose da vacina Covid-19 e tive reações. Vou ter algum tipo de reação também na segunda dose?

A ocorrência de eventos adversos não impede que a pessoa receba a segunda dose. Apenas alguns exemplos muito específicos que são efeitos graves ou raros. Para algumas vacinas, como AstraZeneca e Coronavac, a tendência é que as reações sejam mais leves na segunda aplicação. Para a vacina Pfizer, especificamente, ela tem um pouco mais de reação adversa na segunda dose, mas ainda assim são eventos leves e autolimitados na grande maioria das vezes.

 

Quanto tempo depois de tomar a segunda dose estarei completamente imunizado?

As vacinas não são uma proteção absoluta, mas reduzem muito o risco de adoecimento e de complicações pela doença. As maiores taxas de efetividade das vacinas, após a segunda dose, foram identificadas duas semanas após a segunda dose. Então, de maneira geral, a gente entende que a eficácia da imunização se dá após esse período.

 

Depois de 15 dias, após tomar a segunda dose da vacina, ainda tenho risco de morte pela doença?

O risco reduz muito, mas não reduz a zero. Isso é importante também estar claro. Se uma vacina tem 80% de efetividade, quer dizer que as pessoas vacinadas terão um risco 80% menor de desenvolverem complicações pela doença e morrer. Vai ser um risco muito menor do que as pessoas não vacinadas, mas esse risco não zera.

Por isso, todas as outas medidas de proteção individual e coletiva, como uso de máscara, distanciamento social, frequentar locais mais abertos, deixar os ambientes bem ventilados, evitar aglomerações, precisam continuar sendo adotadas, mesmo após a vacinação, enquanto a gente estiver vivendo uma situação de pandemia.

 

A imunização contra a Covid-19 será igual a da Influenza, que tem campanhas todo ano? Qual vai ser a periodicidade: de dois em dois anos ou de três em três?

Esse ainda é um ponto de dúvida na literatura médica. Pode ser que sim, mas esse ainda é um ponto em debate.

 

(Fonte G1 e Ministério da Saúde)