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A Prefeitura de Bauru (SP) anunciou no início da tarde desta sexta-feira (12) a adoção de estado de emergência diante da crise hídrica que tem deixado cerca 40% dos moradores em um rodízio de abastecimento de água que prevê três dias seguidos de torneiras secas para apenas um com abastecimento.

O anúncio de um pacote de medidas aconteceu durante uma coletiva de imprensa que contou com participação da prefeita Suéllen Rosim (Patriota) e do presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Marcos Saraiva. O decreto com os detalhes do estado de emergência deve ser publicado no Diário Oficial deste sábado (13).

Entre as medidas emergenciais anunciadas pelo presidente do DAE está o aumento da frota de caminhões-pipa para acelerar o atendimento aos moradores dos bairros que são afetados pelo sistema de rodízio no abastecimento.

Saraiva citou ainda outras medidas que devem ser adotadas de forma emergencial para aliviar a crise de abastecimento em Bauru.

Além do aumento na frota de caminhões-pipa para atender os consumidores, a autarquia vai contratar mais caminhões para pegar água em lagos da região para ser colocada na lagoa de captação do Rio Batalha.

Outra iniciativa de “transposição” de água citada por Saraiva é a contratação de caminhões-pipas de grande porte para levar água excedente de poços da cidade, como Alphaville, Rasi e Estoril, para ser colocada diretamente nos reservatórios de área afetadas.

O DAE também pretende pegar água de poços particulares para reforço do abastecimento. Como exemplo de negociações avançadas, ele citou os poços da USP e da Associação Bauruense de Desportos Aquáticos (ABDA).

Os cerca de 90 mil moradores de Bauru que são abastecidos pelo Rio Batalha sofrem com o rodízio no abastecimento desde abril deste ano, adotado quando o nível da lagoa chegou a 2,08m. Nesta sexta-feira, essa marca chegou a nível considerado crítico, com apenas 1,95m, bem distante dos 3,20m considerados como ideal.

A preocupação dos moradores é que, como neste ano o nível da lagoa ainda não chegou a 1,51 metro, marca registrada no início de outubro do ano passado, a menor da série histórica apurada pelo DAE, o esquema de rodízio que se tornou mais severo na última quarta-feira (10) possa ser ainda mais radicalizado.

 

Rodízio 24h/72h mantido

Durante a coletiva, o presidente do DAE reafirmou a necessidade de manutenção do atual sistema de rodízio mais rígido, que prevê para os moradores da região atendida pelo Rio Batalha a oferta de água durante 24 horas, seguida da interrupção do abastecimento pelos três dias seguintes.

Segundo Saraiva, a atual situação de crise hídrica em Bauru não permitiria uma mudança nesse sistema para períodos mais curtos de interrupção. Segundo o presidente do DAE, isso representaria o colapso da lagoa de captação.

“Enquanto não normalizarmos a situação, o sistema precisa permanecer o mesmo. Se baixarmos para o sistema 24h/48h agora, nós teremos água na lagoa do Batalha por apenas dois dias, e depois ela seca”, disse Saraiva durante a coletiva.

Os bairros atendidos foram agora divididos em quatro grupos, que terão a seguinte escala de abastecimento:

Grupo 1: Vila Falcão – abastecimento na quinta-feira (11)

Grupo 2: Jardim Ouro Verde e Vila Independência – abastecimento na sexta-feira (12)

Grupo 3: Centro e Parque dos Sabiás – abastecimento no sábado (13)

Grupo 4: Altos da Cidade e Estoril 1 e 2 – abastecimento domingo (14)*

(*) e assim sucessivamente

O DAE continua disponibilizando caminhões-pipa para o atendimento nas regiões afetadas pelo rodízio em Bauru através do telefone 0800-7710195 (recebe ligações de telefone fixo), ou (14) 3235-6140/6179 (celular).

(fonte e foto G1)