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Recentemente Avaré ficou consternada com a morte de dois jovens, ambos vítimas de infarto. Um tinha 25 anos e outra jovem, apenas 15. Nos últimos meses, não foram casos isolados. Outra jovem de 21 anos morreu da mesma forma enquanto estava numa academia.  As mortes chocam obviamente pelo fato de serem jovens. Contudo, segundo o Ministério da Saúde, a incidência do problema entre o público mais jovem vem aumentando consideravelmente. Especialistas estão preocupados com o número crescente de jovens acometidos por infartos agudos do miocárdio (IAM) nos últimos anos.

Com a pandemia de Covid-19, esse cenário vem se agravando, gerando mais casos de tabagismo em decorrência do estresse, casos de obesidade em decorrência do sedentarismo, além de agravar quadros de hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia. Segundo um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no Brasil, registrando mais de 1.100 óbitos por dia, cerca de 46 por hora.

E por que infartos em jovens costumam ser mais fatais? Segundo especialistas, porque normalmente os entupimentos envolvem porções maiores do coração ou do cérebro (artérias maiores). Isso leva a infartos de pior prognóstico ou mesmo morte súbita.

Dores e sensação de aperto no peito, falta de ar, fadiga e náusea. Esses e outros sintomas em conjunto, são fortes indicações de que uma pessoa pode estar sofrendo de infarto, mas também são sintomas parecidos com síndrome de pânico ou ansiedade, por exemplo, o que dificulta ainda mais a detecção. Contudo, mais da metade deles são silenciosos, ou seja, não apresentam qualquer sinal.

O aumento nos casos de infarto fulminante em jovens também está relacionado aos novos hábitos de vida adquiridos por eles. Hoje grande porcentagem está obesa ou acima do peso correspondente a idade e altura. Além de estarem diabéticos, hipertensos e vivendo sob altas taxas de estresse.

Assim, uma das formas de prevenção é a prática regular de exercícios físicos de forma equilibrada. E aqui vai uma dica relevante –exercício físico não implica necessariamente em estar frequentando regularmente uma academia. Todos nós podemos e somos capazes de criar opções saudáveis de exercícios na rotina diária, como por exemplo substituir o carro pela caminhada ou bicicleta, utilizar mais as escadas do que elevadores e realizar atividades que agreguem a movimentação corpórea e o relaxamento mental. Todo este esforço é válido, uma vez que a regularidade da atividade física promove incremento na circulação colateral do coração.

A segunda medida essencial, para induzir a formação de vasos colaterais, requer cuidados com a alimentação diária, evitando o consumo exagerado de gorduras saturadas, gorduras trans e alimentos ricos em açúcares refinados. Especialistas divergem sobre a realização de exames cardiológicos preventivos de forma periódica e supervisionada – o consagrado check-up – já que mesmo diante de resultados considerados como satisfatórios, o jovem pode ser vitimado por um infarto fulminante do miocárdio. Mas jovens que tiverem parentes de primeiro grau com história de infarto quando eram jovens devem procurar um cardiologista para orientação adequada.

Não faltam ocorrências de pessoas jovens, algumas delas atletas profissionais inclusive, que morreram praticando atividades físicas como atletismo e futebol e que haviam feito o check-up recentemente, sem resultados dignos de uma intervenção mais rigorosa. Resumidamente, controlar os fatores de risco, como tabagismo e sedentarismo são fundamentais também , além do controle da pressão arterial, do colesterol e do diabetes.

(Fontes Sociedade Brasileira de Cardiologia e Saúde Uol)