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Não é novidade para ninguém, mas é verdade que máscaras ajudam (e muito) a evitar a contaminação do covid-19. Elas funcionam como uma barreira que reduz a propagação do vírus. Há pesquisas que mostram que os lockdowns sozinhos não serão suficientes para impedir futuras ondas de contágio, a não ser que isso seja combinado com o uso massivo de máscaras para retardar a propagação da doença. Mesmo máscaras de pano caseiras, que têm eficácia limitada e que temos usado (nem todos, infelizmente), podem “dramaticamente” reduzir a taxa de transmissão se usadas por um número de pessoas suficiente. Contudo, é bom lembrar que o distanciamento social de pelo menos um metro, lavagem frequente das mãos e evitar tocar no rosto ou na máscara, também são essenciais.

O uso de máscaras reduz em 87% a chance de ser infectado pela covid-19. Este é o resultado de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS). Além disso, a pesquisa conclui que pessoas que aderem ao distanciamento social têm entre 59% e 75% menos chances de contrair o novo coronavírus. E isso foi no ano passado!

Outro estudo mais recente, publicado no The Washington Post, mostrou que se 100% das pessoas usasseem máscaras, mesmo que cada uma tenha uma efetividade baixa, o índice de contágio pode chegar ao número inicial, ou seja, quase zero. Sendo assim, a pandemia acabaria. Isso mesmo! O estudo foi feito pelo cientista-pesquisador da Universidade de São Francisco, Jeremy Howard, e revelou que o uso de máscaras pode erradicar, ou seja, levar a quase zero, o contágio ocasionado pela pandemia do novo coronavírus e que máscaras eficazes para achatar a curva podem ser feitas em casa com nada mais que uma camiseta e uma tesoura. E, segundo o estudo, todos devem usá-las sempre que estiverem em público. “É o chamado efeito de rede. A minha máscara te protege e a sua máscara me protege”, afirma Jeremy. Dada uma efetividade de 60%, se ao invés de 20% das pessoas usarem máscaras, o dobro dessas pessoas usarem, o fator de redução (R0) da epidemia cai de 2 para 1.

Sociopatas – Se a pandemia poderia ser praticamente exterminada com o uso de máscaras (enquanto a vacina não chega para todos), por que raios boa parte da população não usa?? Não adianta ser obrigatória, ter multa (quem fiscaliza? Até policial militar não usa!) porque muita gente não a usa, ou usa de forma totalmente equivocada, como um babador ou tapa-boca, por exemplo. Se você se encaixou nesta ‘categoria’ não vai gostar do que vem a seguir.

Um estudo no Brasil teve como objetivo delinear os traços de personalidade de pessoas que se opõem às máscaras e constatou que elas têm um perfil antissocial. Realizado pela Universidade Estadual de Londrina de março a junho do ano passado, ele foi publicado na revista Personality and Individual Differences. O que a pesquisa descobriu é que essas pessoas tendem a ser sociopatas, ou seja, ter um distúrbio caracterizado por desprezo pelos outros.

De acordo com as respostas, os participantes foram divididos em dois grupos: o “grupo da empatia” e o “grupo antissocial”. Depois de estudar um grupo de pessoas relutantes em usar máscaras, descobriu-se que elas tinham: níveis mais baixos de empatia ( que é a capacidade de perceber, compartilhar e inferir pensamentos e emoções de outras pessoas); níveis mais altos de insensibilidade; tendência para o engano e o autoengano e comportamentos de risco.

Segundo os autores, o principal objetivo do estudo foi analisar a relação entre os traços antissociais e o cumprimento das medidas de contenção da Covid-19. Para isso, estudaram 1.578 adultos brasileiros entre 18 e 73 anos, que responderam ao questionário PID-5, que avalia as características de personalidade e ressonância afetiva de uma pessoa. A ressonância afetiva é chamada de impulso que um ser humano tem de agir de acordo com os sentimentos causados por outra pessoa. Os pesquisadores acreditam que seu estudo pode ajudar as autoridades de saúde a planejar e executar campanhas educacionais voltadas para os diferentes tipos de personalidade dos seres humanos.