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Um “namoro” antigo se concretizou: o prefeito Jô Silvestre finalmente ingressou no PSDB. A filiação ocorreu numa ação estratégica  do governador João Doria que  ampliou sua base em São Paulo e filiou em apenas um dia na semana passada 41 prefeitos e 26 vices de cidades pequenas e médias do interior. A ação obviamente tem como objetivo as prévias que vão escolher o candidato da sigla ao Palácio do Planalto em 2022.

Entre os novos filiados estão os prefeitos de várias cidades além de Avaré. A maioria dos novos tucanos veio do PTB (como é o caso de Silvestre) e do PSB , dois partidos que fazem oposição a Doria. Pela projeção da cúpula tucana, nas próximas semanas 50 novos prefeitos devem entrar no PSDB em um novo ato político, que ainda não tem data marcada. O PSDB conta atualmente com 231 prefeitos e 137 vices em São Paulo. O Estado possui um total de 645 municípios.

Pela resolução aprovada na executiva nacional do PSDB, as prévias não serão por votação direta universal, mas com um colégio composto por quatro grupos de votantes – (1) filiados; (2) prefeitos e vice-prefeitos; (3) vereadores, deputados estaduais e distritais; (4) governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual presidente da Comissão Executiva Nacional, deputados federais e senadores. Cada um desses grupos tem peso de 25% no total dos votos.

As fichas foram assinadas em um ato político na sede da agremiação, na capital, que contou com a presença do governador e seu vice, Rodrigo Garcia – nome de Doria para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.

A ofensiva ocorre no momento em que Garcia vai formalizar sua inscrição nas prévias estaduais do PSDB como pré-candidato ao governo paulista. A formalização será essa semana. O vice deixou o DEM com a intenção de se lançar como o sucessor “natural” de Doria. Para disputar à Presidência, o governador precisa deixar o cargo até abril. Se esse cenário se confirmar, Garcia assumirá a chefia do Executivo e tentará a reeleição.

Um dos objetivos dessa estratégia é esvaziar as movimentações do ex-governador Geraldo Alckmin, que pleiteia a vaga de candidato ao governo. O entorno de Doria chegou a oferecer a Alckmin uma vaga de candidato a deputado federal para puxar votos na legenda, ou, em último caso, de senador. O ex-governador, porém, tem dito a interlocutores que pretende ser candidato por outras siglas, sendo PSD a mais provável. Sem cargo público, Alckmin está isolado no PSDB.

Estranhamente, um ano atrás, o prefeito usava sua rede social para desmentir os boatos de que se filiaria ao PSDB. Na época, ele afirmou que nunca foi aliado do governador João Dória, enfatizando, ainda, que apoiou e trabalhou para o candidato da época Márcio França. O então vereador Toninho da Lorsa chegou a deixar o partido tucano após tanta “boataria” e o PSDB chegou a ter candidata a prefeita, Cris Chaddad.

(Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)