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Na sessão do Legislativo do dia 2 de agosto, primeira após o recesso, o presidente Flávio Zandoná (Cidadania) disse que a jornalista Cida Koch (do in Foco) não havia sido barrada no dia 16 de julho, numa sessão em que foi votado o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que desaprovou as contas do prefeito Jô Silvestre (referentes a 2017).

Dizendo que tudo não passou de inverdades, Zandoná afirmou que jamais tal fato teria ocorridomesmo sabendo que há testemunhas e que a jornalista inclusive postou uma live para registrar o momento, na fanpage do jornal.

Hoje, a jornalista protocolou ofício rebatendo as acusações do presidente do Legislativo e aguarda que o documento seja lido na sessão de hoje. Veja o documento na íntegra:

Exmo. Sr. Presidente da Câmara dos Vereadores da Estância Turística de Avaré–SP

Sr. Flávio Eduardo Zandoná

 

Venho através desta, como jornalista atuante há 36 anos em Avaré, repudiar sua atitude ardilosa ao afirmar em ofício (que até agora não recebi) que é inverdade que fui impedida de entrar no plenário do Legislativo na sessão do dia 16 de julho. Seu comportamento e sua afirmação são dissimulações que querem distorcer a realidade.

A verdade é que fui sim barrada. Tenho testemunhas (inclusive três pessoas que protestavam contra V.S.ª) e uma live que está registrada na fanpage do jornal in Foco. Além disso, dois seguranças ou servidores que barraram a minha entrada por duas vezes também podem testemunhar, caso não haja represálias aos mesmos. Preferi não expô-los já que as críticas da opinião pública tem sido bem contundentes ao Legislativo e servidores fazem apenas seu trabalho.

Assim, ao tentar propagar essa mentira – de que não impediu minha entrada como profissional da imprensa – o senhor ofende não só a mim, mas ofende seus servidores e principalmente, ofende a inteligência do eleitorado e das pessoas que acompanharam o ocorrido.

O senhor está certo quando disse em plenário que não existe barreiras para a prática do bom jornalismo. Por isso, não será sua gestão autoritária e ditatorial, juntamente com a mesa diretora e a diretoria desta Casa das Leis que irão me impedir de denunciar as irregularidades, o servilismo e também noticiar fatos.

É fato, por exemplo, de que não sou eu quem se elegeu como “vereador de oposição” e depois se submeteu a elogiar tudo que sempre criticou. A mentirosa não sou eu. Não sou eu quem tem que se explicar; quem é pago com dinheiro público é o senhor e todos os edis e servidores. Então, um pouco de respeito seria ótimo para quem quer ser respeitado. Além de barrar minha entrada, o senhor e seus aliados simplesmente ignoram questões, denúncias, reclamações, não respondendo não apenas a mim, mas vários colegas de imprensa.  Tudo isso é lamentável; não é favor algum um agente público dar explicações quando questionado. É obrigação. Ao impedir o acesso ou ignorar a imprensa, o senhor também o faz com a população. De qualquer forma, se V. Sª quiser ainda questionar esse fato constrangedor e inaceitável, recorrerei as vias judiciais para mostrar a veracidade do ocorrido.

Finalizando, este presente que lhe encaminho é apenas para lembrá-lo das suas origens. Ele fala por si só e deixa claro quem realmente usa de mentiras e falsidades como argumentos.

Por fim, solicito que este ofício seja lido em plenário na sessão camerária do dia 9 de agosto de 2021, para que se dê ciência a todos os vereadores desta renomada Casa de Leis.

Avaré, 09 de agosto de 2021

Aparecida Alves Koch

Jornalista MTB 44037

Nota da Redação : O presente é um tijolo como referência ao que ele levou em plenário quando era oposição ao atual governo.