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Com o fim da bandeira de escassez, os brasileiros esperavam que a energia ficasse bem mais em conta. Mas essa queda de valor será menor do que a aguardada, em alguns estados praticamente nula, devido aos reajustes anuais, que chegam a quase 24%.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou a entrada da bandeira verde a partir do dia 16 e o fim da cobrança adicional, usada principalmente quando as termoelétricas, que têm energia mais cara, precisam ser acionadas. Segundo ele, a conta de luz dos brasileiros ficaria cerca de 20% mais barata.

Mas, de acordo com Rodrigo Gelli, diretor-técnico da PSR, consultoria de energia, a redução será bem menor, diluída em aumentos periódicos autorizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). “O anúncio de redução de 20% das contas de luz foi possível porque foi feito antes do início do ciclo de reajustes tarifários de 2022, com poucas exceções”, avalia.

 

Reajustes da Aneel

A Aneel aprovou aumento tarifário em quatro estados do Nordeste. As novas cobranças já entraram em vigor. Em março, antes do fim da cobrança extra, a CPFL Paulista já tinha passado por um reajuste médio de 13,80%. Assim como no Rio de Janeiro, onde a cobrança da Enel subiu 16,86% e a da Light, 14,68%.

Para o interior de São Paulo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste médio de 14,97% na tarifa da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista).

A tarifa de energia está sujeita a reajustes (anuais) e revisões (a cada 4 anos), que incidem sobre a Tarifa de Energia (TE) e a Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).

A alta de 2022 é atribuída sobretudo aos encargos do setor e ao aumento nos custos para a execução das atividades de compra e distribuição de energia.