O secretário Roslindo Machado e fotos 'atualizadas' da empresa que vendeu quase um milhão em dois medicamentos
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O secretário de Saúde Roslindo Machado disse que a notícia sobre a compra suspeita de medicamentos é “lamentavelmente mentirosa”. A afirmação foi feita durante entrevista a Do Vale TV na manhã de hoje.  “Se a prefeitura não compra medicamentos é punida porque está deixando morrer gente (…) se compra medicamentos nós somos criticados também”, argumentou.

A compra em questão foi de 956 mil reais em dois medicamentos que fazem parte do tratamento de pacientes com covid-19, especificadamente o  Midazolam (sedativo) e Fentanil (analgésico). A prefeitura adquiriu 6 mil unidades de Midazolam e 700 unidades de Fentanil, o que daria em média mais de 145 reais por unidade do Midazolam e cerca de 89 reais a unidade de Fentanil.  

Segundo o secretário, a compra de 6 mil unidades foi necessária, já que só em março o PS usou 299 ampolas de Midazolam e em abril, 1.386. “Se não houver piorar (da situação), o que não acredito, dá no máximo para 4 meses”, alega Roslindo.

Sobre o valor questionado, o secretário admitiu que o valor está acima do mercado devido ao aumento ocasionado pela procura dos medicamentos.  “Essa parte é feita pelo departamento de compras; hoje você não acha por esse preço. Estamos garantidos pelo jurídico”, afirmou.

Como noticiamos, causa estranheza é que, mesmo com os aumentos exorbitantes em virtude da demanda, o preço médio do Midazolam varia de 26 a 35 reais a unidade e o Fentanil, de 6 a 10 reais em média. Mas Roslindo rebateu a informação.

Como divulgado em matéria anterior, mês passado a Santa Casa de Penápolis por exemplo, divulgou num relatório a alta dos medicamentos : o Midazolam passou de R$ 2,70 para R$ 37,90 e o Fentanil 10 ml (usado como anestésico para intubação) passou de R$ 2,50 para R$ 15,50 – valores que também não se enquadram na compra em Avaré.

Em relação a inversão de ordem cronológica para pagamento, Roslindo argumenta que “se não paga não tem medicamento”, referindo-se a escassez dos produtos, enfatizando ainda que os medicamentos estão no PS. Só para lembrar a empresa Union Medica Distribuidora de Medicamentos e Prod. Hospit. Ltda, foi contratada no dia 3 de maio deste ano pela Secretaria de Saúde, com dispensa de parecer. Dois dias depois, 5 de maio, foram realizados 3 empenhos para a aquisição de medicamento, na modalidade “emergencial”, com inversão da ordem cronológica e sem licitação em favor da empresa.

Sobre a situação física da empresa ( uma construção mal acabada mostrada por aplicativos e pelo Google), o secretário afirmou que a informação e foto foram “maldosas” e que a foto é extremamente antiga. Ele enviou fotos atualizadas a reportagem da Do Vale TV que colocamos nesta matéria com a devida autorização.

A Union Med Hospitalar Distribuidora de Medicamentos Ltda.(CNPJ 35.615.794/0001-82), foi aberta em novembro  2019, com o nome fantasia de UNION MED HOSPITALAR e tem quatro sócios e está localizada em um bairro periférico de Aparecida de Goiânia (Rua R1, s/n – quadra004 lote 0027).

Ao final da reportagem, a Do Vale TV também ouviu o vereador Marcelo Ortega (Pode) que confirmou que vereadores da oposição irão investigar a compra.