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Mais de 700 mil pessoas cometem suicídio por ano, sendo esta uma das principais causas de óbito no Brasil, de acordo com o OMS – Ministério da Saúde. Conforme as informações do ministério, ainda com o alto número de pessoas que tiram a própria vida, as taxas estão diminuindo em algumas regiões, mas prevalece na região das Américas.

O setor governamental responsável pela administração e manutenção da saúde pública no Brasil divulga diversos conteúdos sobre a importância da saúde mental e os seus cuidados no mês de setembro, conhecido como Setembro Amarelo.

Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio, criada em 2015 pelo CVV – Centro de Valorização da Vida, o mês escolhido para desenvolvimento da campanha corresponde ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio – 10 de setembro. Conforme dados divulgados pelo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância | Saúde Ministério da Saúde, a maior parte das pessoas que tentam ou cometem suicídio são vítimas de algum desvio na saúde mental, sendo o mais comum a depressão.

A depressão é uma doença mental grave, ainda segundo a OMS, alguns dos principais sintomas são insônia ou sonolência, desequilíbrio do apetite (podendo aumentar ou diminuir), redução do interesse sexual e dores diversas. Enquanto isso, os seus fatores de riscos principais são traumas psicológicos, histórico familiar, ansiedade crônica, problemas financeiros repentinos e até desemprego.

Além do desemprego, segundo a OMS o excesso de trabalho e pressão no mercado corporativo também podem causar transtornos mentais, como síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento profissional, que consiste em um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema. Seus sintomas relacionam-se com os sintomas da depressão, prevalecendo:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldades de concentração;
  • Sentimentos de fracasso e insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Alterações repentinas de humor etc.

“É imprescindível que as empresas e consultorias de desenvolvimentos de executivos adotem a campanha Setembro Amarelo. Antes de qualquer qualificação profissional, a saúde física e emocional deve ganhar destaque nas pautas dos recrutadores e estrategistas de carreira”, alerta a psicóloga  Neiva Gonçalves.

 

Mitos sobre o suicídio

 

“Em primeiro lugar, é importante entender que suicídio não se trata de acabar com a própria vida, mas sim de querer se livrar um sofrimento insuportável. A pessoa está tão sobrecarregada por uma dor tão intensa que acaba vendo no suicídio sua única saída, esclarece o doutor e especialista em psicologia por evidência, Jan Luiz Leonardi.

Leonardi destaca os quatro mitos mais comuns sobre o suicídio. Saiba quais são para, se necessário, conseguir assessorar quem precisa de ajuda.

 

Mito#1: Pessoas que ameaçam se matar o fazem apenas para chamar a atenção

Na realidade, a maior parte das pessoas que tentaram tirar a própria vida havia expressado, falado ou dado sinais sobre seus pensamentos suicidas anteriormente. É bastante comum que esses indivíduos tenham compartilhado seus sentimentos de desesperança e concepção suicida, em dias ou semanas que antecederam o ato. Logo, é preciso levar a sério qualquer menção de suicídio.

 

Mito#2: Falar sobre suicídio pode aumentar tendências suicidas

Pelo contrário, alguns resultados sugeriram que falar sobre suicídio poderia reduzir as tendências suicidas, provavelmente porque revelar tais inclinações para os outros possa aumentar a probabilidade de obter ajuda. Uma revisão das pesquisas sobre este tópico foi feita e não revelou nenhuma associação entre falar sobre suicídio e comportamento suicida.

 

Mito#3: As taxas de suicídio atingem o pico durante o inverno.

Cento e treze estudos de diferentes países sobre a relação entre suicídio e as estações do ano questionam essa crença. O que se descobriu é que as taxas mais altas de suicídio ocorreram na primavera, seguidas pelo verão. Ou seja, o suicídio pode ocorrer a qualquer momento do ano e, por isso, precisamos estar sempre vigilantes, afinal a prevenção do suicídio é uma responsabilidade de todos.

 

Mito#4: A depressão é quase sempre a causa do suicídio

Essa crença, amplamente aceita, pode levar as pessoas a evitar ou minimizar o risco de suicídio se a vítima não estiver deprimida. Porém, pesquisas acadêmicas mostraram que outros quadros estão relacionados ao comportamento suicida, como o uso de substâncias (17,6%), esquizofrenia (14,1%) e transtornos de personalidade (13,0%). Precisamos prestar atenção não apenas às pessoas que têm transtornos diagnosticáveis, pois não é necessário ter um deles para estar em risco de suicídio.

 

 

Risco e prevenção

Jan Luiz Leonardi reforça a importância de entender que esses fatores de risco não atuam de forma isolada, frequentemente eles se interconectam e potencializam, seja por “experiências de vida traumáticas, abuso ou negligência, transtornos psiquiátricos, ausência de apoio social, violência doméstica, impulsividade, perfeccionismo, histórico de bullying e humilhação”.

Importante lembrar que no Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e confidencial 24 horas por dia. Basta telefonar para o número 188. Além disso, é fundamental buscar ajuda de profissionais de saúde mental na rede pública, como psicólogos e psiquiatras, que podem oferecer tratamento eficaz.

 

(fontes Terra, Reuters e EM)