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Hoje, 15 de setembro Avaré comemora 161 anos. Muitos podem achar que não há motivos para celebrações; outros podem discordar, mas a verdade é que, divergências à parte, a cidade tem se desenvolvido graças a investimentos da iniciativa privada e tornou-se referência em saúde em todo Estado, graças a um modelo de gestão. E este modelo tem nome: Miguel Chibani Bakr.

Competente e realizador, ele tem dedicado os 15 últimos anos à transformar a Santa Casa de Misericórdia local num complexo de saúde, que alia modernidade a um atendimento mais humanizado. E tem conseguido isso a cada ano. Só em 2022, inaugurou a maior hemodiálise do Estado, triplicando o atendimento a pacientes com problemas renais.

Mas afinal quem é esse homem que separou a história da instituição em “antes e depois”? Pouco se sabe sobre ele, já que uma de suas características é a humildade e a modéstia (sem falsidade), além da discrição. Uma coisa é fato: Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra, mas certamente ele não conhecia Chibani, pois é uma unanimidade quando o assunto é solidariedade, dedicação à sociedade e principalmente, de forma filantrópica.

Humanidade e sensibilidade talvez sejam as melhores palavras para defini-lo. Nascido em 17 de dezembro de 1954 em Avaré, precisamente na rua Santa Catarina, 107, pelas mãos de uma parteira (Circe),  Miguel é filho de Ragi Bakr e Nazira Chibani Bakr; ela filha de libaneses e ele, palestino. Ganhou nome do avô, nome que também é do Arcanjo mensageiro de Deus.

Sempre reservado, não fala muito de si e quando fala, muitos não entendem (brincadeira textual rs), mas todos sem exceção compreendem e sentem sua generosidade e sua grandeza.

Sua infância tem boas lembranças, mas também dificuldades. Seu pai faliu várias vezes antes de emplacar o conhecido armazém da esquina Piauí com Acre. Por conta das dificuldades, Miguel chegou a cobrir a cabeça com uma bacia quando chovia dentro da casa em que morava com a família.

Nasceu prematuro aos 7 meses e também foi precoce para trabalhar; aos 14 anos já ajudava o avô a fazer e encher linguiça, literalmente. Como aluno, ele diz que não foi exemplar, mas a inteligência e a perspicácia induzem ao contrário. Concluiu o ‘colegial’ no Coronel João Cruz, escola que frequentou desde pequeno. Dos 15 aos 18 anos já trabalhava em administração em projetos de plantios de eucaliptos do então Dr. Francisco Homem de Melo.

Logo depois trabalhou por um ano no Banco do Brasil, tornando-se em 1976 Policial Federal concursado. Na época, a instituição não tinha a estrutura atual e ele acabou desencantando-se da profissão. Quatro anos depois, em 1980, ingressou definitivamente no Banco do Brasil onde permaneceu até 2012. Durante este período atuou como gerente geral de inúmeras cidades como Piraju, São Manuel, Cotia, Itapeva, Itaí, Taquarituba, Apiaí e claro, Avaré, onde encerrou a carreira de servidor público, com louvor, levando muitos prêmios, conquistas e principalmente amigos.

Nestes 32 anos, Chibani é lembrado pela benevolência e empatia à frente das agências e pelo incentivo a inúmeros empreendimentos na região, desde o pequeno agricultor até o diretor da multinacional.  O banco é uma escola de gestão, costuma dizer.

E foram as lições desta escola que ele levou para seu trabalho voluntário na Santa Casa local, desde 2007, quando começou como tesoureiro. Por anos, ia todas as noites trabalhar, traçando os pilares que norteariam a administração da instituição após um histórico abalado por sucessivas crises financeiras.  A estratégia deu certo.

Em 2010 ele assumiu pela primeira vez a provedoria e suas gestões tem sido marcadas por obras e modernização, transformando a Santa Casa em modelo para todo o país.  “Aqui é o paciente que manda”, costuma dizer o provedor, que considera dinheiro público sagrado.

São centenas de m2 de obras e construções que melhoraram a qualidade de atendimento a todos que precisam. Hoje quase 40 mil pessoas são atendidas mensalmente pela entidade, que possui 200 leitos, incluindo 20 de UTI, mais de 600 funcionários e realiza 40 mil exames laboratoriais e cerca de 700 cirurgias por mês.

Na Saúde, Chibani também ocupou o cargo de secretário municipal da pasta entre 2013 e 2014. Na Maçonaria é membro desde 1983 da Loja Estrela e fundou outras lojas em Itaí, Paranapanema, Cerqueira Cesar, Barra Bonita, Jau, Brotas, Taguaí e Taquarituba, entre outras, além de ser um dos fundadores da Ordem DemoLay em Avaré há 21 anos. Também atuou na APAE e no Asilo e até hoje se dedica a trabalhos sociais dos quais não gosta de falar. Apesar da conhecida timidez, é ainda apresentador de rádio e TV desde novembro de 2019, na Jovem Pan e Do Vale.

Casado desde 1980 com a professora Regina Machado Chibani Bakr, tem dois filhos – Miguel e Bárbara – e duas netas, Júlia de 6 anos e Luíza, de 2, que são a alegria da vida dele. Fala com imenso orgulho da família, pela qual é grato e realizado.

Para ele, a vida é um equilíbrio entre amor, vontade e inteligência. Se define como um sonhador e um  insatisfeito, pois acredita que sempre pode-se ir além. Aliás, alguns sonhos ele ainda pretende realizar: reformular a maternidade e a ala cirúrgica na Santa Casa e tocar sax – além de aprender a falar devagar rs Ele diz se orgulhar da própria história de vida e tem gratidão pelos filhos que recebeu e pelas oportunidades que teve. Ainda assim reforça: dá pra fazer mais!

Com a modéstia e humildade que lhes são típicas, ele não tem ideia da própria grandeza e de como transformou a vida das pessoas proporcionando um atendimento mais humano através da saúde e isso, o torna um ser humano ainda mais especial. O sonho só é impossível quando se tem medo do fracasso. Essa frase de Paulo Coelho é a mais usada por ele e na qual se espelha para realizar todos seus sonhos, sem medo do fracasso. Avaré, não poderia ganhar melhor presente que esse “cara” – aliás, “o cara”.

O trabalho de Chibani felizmente tem reconhecimento por parte da sociedade; ele inclusive  recebeu recentemente da Associação Regional dos Engenheiros Arquitetos Agrônomos Avaré (AREA) o título do Prêmio Milton Silva, empresário conhecido por seu trabalho filantrópico.

 

 

Recebendo o Prêmio Milton Silva da AREA, uma honraria merecida.
Com a mulher Regina e o filho Miguel, na inauguração da restauração da fachada e atendimento da SC em 2020.
Em frente a nova hemodiálise que inaugurou este ano: m2 de obras e modernidade.