“O Sonho do Major”, bico-de-pena de Augusto Esteves, 1961.
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No começo do século dezenove, o Vale do Paranapanema, ainda uma inóspita região, passou a ser visto como um dos caminhos em direção ao Paraguai, ficando conhecido como estrada do Peabiru, principal rota leste-oeste na penetração do continente.

O caminho do Peabiru, aliás, serviu de estímulo para se adentrar na região, a fim de se estabelecerem núcleos de povoamento. O ponto de partida das bandeiras era quase sempre Sorocaba, a mais avançada das cidades, base para impulso às penetrações e às minas do Mato Grosso.

Conhecida como “boca do sertão”, a região de Avaré atraiu aventureiros, viajantes e caçadores de índios, os quais paulatinamente vasculharam as terras habitadas por índios das tribos dos Caiuás e dos Botucudos.

Há diversos conflitos com os nativos e a ambição por minerais de valor não se confirma. A maior riqueza é a fertilidade da terra, garantida pela irrigação do Vale do Paranapanema.

Nessa época, posseiros liderados por José Theodoro de Souza e Tito Corrêa de Mello abrem o mato com os seus facões e pisam no solo do que seria a futura Avaré. Conquistam as terras exterminando os índios e buscam atrair moradores para essas terras férteis.

Foi Tito, provavelmente, quem chamou parentes para tomar posse dessas paragens. Entre eles, o major Vitoriano de Souza Rocha e o alferes José Domiciano de Santana. Atraídos pela perspectiva de obter amplas colheitas com terras produtivas e água em abundância, ambos vieram com suas tropas para escrever os primeiros capítulos da história avareense.

 

Gesiel Junior especial para in Foco