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As consequências e desdobramentos da Pandemia na saúde mental da humanidade ainda são pouco previsíveis e em especial ao futuro do trabalho como conhecemos. Acompanhamos pesquisas que indicam um crescimento alarmante nos índices dos quadros de ansiedade e depressão, o que acaba impactando diretamente no desempenho das pessoas no trabalho.

Além deste cenário, o trabalho remoto (home office) ou teletrabalho já está implantado em muitas empresas, proporcionando a diminuição de vários custos e algumas vantagens para organizações e colaboradores. Em contrapartida verificamos que várias pessoas experimentam o distanciamento do ambiente profissional e do convívio com os colegas de trabalho, causando possivelmente impactos na saúde emocional destas pessoas.

Um outro movimento vem chamando atenção nos Estados Unidos, sendo denominado de “Grande Renúncia”, onde aproximadamente 4 milhões de americanos estão pedindo demissão de seus trabalhos, solicitando melhores condições de trabalho, de salários e atividades mais ligadas a um propósito.

Diante destes fatos, somado com o avanço da tecnologia, principalmente as interativas, com diversos aplicativos e funcionalidades, além de Inteligência Artificial, Robôs, Internet das Coisas (IoT) etc., as empresas têm automatizado máquinas, processos e linhas de produção inteiras, diminuindo cada vez mais os cargos e tarefas que demandam o trabalho humano.

Em contrapartida, as empresas com atividades mais operacionais e manuais, têm encontrado muita dificuldade para contratar colaboradores nessas funções e, muitos de nós certamente já percebemos o desafio de contratar os serviços de pedreiros, mecânicos e várias outras funções e ofícios que a cada ano diminui a oferta desses profissionais disponíveis no mercado de trabalho.

A implantação de tecnologias inovadoras, em alguns casos ainda demandam altos investimentos financeiros, mas num médio prazo poderão ser incorporadas na maioria das empresas, independente do seu setor e tamanho, e isso certamente representa a diminuição ainda mais acentuada de postos de trabalho.

Para aquelas atividades mais operacionais em que as tecnologias não as substituirão em médio prazo, as empresas precisarão rever suas práticas de reconhecimento e valorização desses profissionais, com melhores condições de trabalho, ambientes saudáveis e oportunidades de crescimento e desenvolvimento das pessoas, bem como investimento em cursos e treinamentos para formação dos colaboradores.

Domenico de Masi cunhou o termo “Ócio Criativo” que é título de seu livro mais conhecido, onde apresenta a necessidade de termos um tempo livre, diminuindo nossa carga de trabalho, deixando esse tempo para criar, descansar, passar com a família, ou ainda, olhar outras possibilidades em nossas vidas. Recentemente ele afirmou que nesses tempos dos grandes eventos – pandemia e avanços tecnológicos – certamente vão diminuir os postos de trabalho e uma das alternativas seria proporcionar a diminuição da carga horária diária ou semanal para que possam ser geradas novas vagas de emprego.

Algumas empresas já estudam a redução da jornada semanal de trabalho para 4 dias úteis (segunda a quinta-feira) e curiosamente têm obtido resultados expressivos na produtividade das equipes e colaboradores.

Na verdade, a crença de se trabalhar muito para ser produtivo e alcançar resultados, mostra-se questionável e muitas vezes não sustentável, pois pode ser substituída por trabalhar melhor, fazendo pausas, com jornadas menores e deixando espaço para criar, descansar e planejar as atividades, o que representa uma tendência para profissionais e empresas.

Com todo avanço tecnológico é claro que algumas profissões deixarão de existir e outras serão criadas num curto espaço de tempo e vão trazer novas oportunidades de trabalho. Vemos que nas últimas décadas várias ocupações e profissões já são história, como: datilógrafos, operadores de telex, “lanterninha” etc… e hoje temos outras que num passado recente não existiam: motoristas de aplicativo, analista de e-commerce, social mídia e influencers que trabalham no marketing digital.

Para navegar com o mínimo de estabilidade no mercado, as empresas vão precisar considerar a complexidade de variáveis, como: pandemia e suas consequências, saúde mental, novas tecnologias, escassez de profissões operacionais, que já impactam as relações de trabalho e serão grandes desafios nos próximos meses e anos.

Esse cenário pode ser ao mesmo tempo assustador ou se revelar um grande gerador de oportunidades, onde precisaremos enxergar as mudanças e nos adaptarmos a essas novas realidades, buscando o aprendizado contínuo e nos preparando para as novas tendências, onde muitas delas se tornarão realidade e outras serão apenas promessas.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos com uma postura ativa, buscando aquilo que nos faz bem e contribuindo com nosso trabalho para melhorar a sociedade, as empresas, as relações humanas e o mundo! Sigamos em frente!

Marcelo Cândido
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