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*Por Maria Luísa Pereira Jorge Ferreira

Hoje em dia é comum escutar sobre a urgência da diminuição de poluição, emissão de gás carbônico, protestos de futuras gerações sobre mudanças climáticas, países fazendo acordos sobre questões que envolvem o nosso meio ambiente, pessoas falando sobre ilhas de lixo nos oceanos, queimadas tomando conta de florestas, desmatamento acabando com biomas e espécies de fauna a flora entrando em extinção. Porém, poucos têm consciência sobre aquilo que está profundamente ligado à luta contra estes problemas; o que é, o que prega, e a importância de um desenvolvimento sustentável. Por que o desenvolvimento sustentável é tão essencial para o futuro das próximas gerações? Qual a relevância deste no Brasil e os desafios que caminham ao seu lado?

Em nosso meio ambiente se encontram recursos naturais finitos, isto é, sua renovação sendo ilusória, por exemplo, petróleo e os minerais. Da mesma forma, os recursos naturais que são renováveis, podem nem sempre se encontrarem desta forma. Em junção ao uso inconsciente, estes recursos renováveis podem resultar em sua indisponibilidade na natureza, sendo então contestável acreditar que aquele seja interminável. Por conta disso, é essencial adotar alternativas para a preservação destes recursos. Desta forma, futuras gerações poderão suprir estes e não sofrerão com sua escassez, e consequentemente, diminuir o impacto da exploração predatória responsável por grandes prejuízos ao meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável tem como maior objetivo ser capaz de suprir as necessidades da geração atual conciliando o avanço econômico à preservação dos recursos naturais. Este gera um modelo econômico em que é adotado um padrão de consumo e de extração de matérias-primas da natureza de uma maneira que futuras gerações não serão afetadas e seus recursos comprometidos, consequentemente, harmonizando dois principais objetivos: o desenvolvimento econômico e a preservação do ambiente.

“Aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” , é a definição ao desenvolvimento sustentável proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Criados em 2015, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma coleção de 17 objetivos globais a serem atingidos até o ano de 2030 que leva em consideração os três pilares do desenvolvimento sustentável: o econômico, social e ambiental. Este, enfatiza também a preservação de recursos naturais conjunto estabilidade de sociedades sustentáveis que levam em consideração diversidade cultural, justiça social e equilíbrio econômico.

Dentre o desenvolvimento sustentável há a ligação entre a destruição ambiental e a pobreza. É necessária evolução conjunta da melhoria na qualidade de vida da classe mais baixa da sociedade e políticas de saneamento básico, saúde e combate à fome. Neste setor se encontra um grande desafio ao Brasil já que a desigualdade social é muito alta, o saneamento muitas vezes precário, e a educação ambiental extremamente baixa.

De acordo com o Artigo 225 da Constituição Federal “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, deste modo, destacando a necessidade da preservação ambiental e a consciência social que estão diretamente ligadas ao desenvolvimento sustentável. Dado a legislação brasileira, pode ser argumentado que esta é, na teoria, uma das mais avançadas no aspecto ambiental. Porém, o Brasil ainda está longe de adquirir uma sociedade sustentável.

Para os países em desenvolvimento o avanço sustentável pode ser particularmente um grande desafio. O avanço econômico em equilíbrio à preservação ambiental pode ser difícil de ser sustentado dado que o modelo utilizado pelos estados já desenvolvidos foi sempre baseado na exploração predatória de recursos. As nações regularmente lidam com problemas ao estabilizar o crescimento econômico e a sustentabilidade. Além disso, principalmente pela Amazônia, O Brasil é considerado um dos países de maior importância ambiental globalmente, consequentemente, carregando nas costas a grande pressão política internacional, sendo assim, o alinhamento entre a sustentabilidade e o crescimento econômico um dos maiores desafios de seu governo que reconhece a extrema necessidade do crescimento econômico do país dado a sua realidade.

Independente das fronteiras, os efeitos da degradação do meio ambiente são sentidos por todos, por esta razão, é essencial que não apenas o setor governamental mas a própria sociedade, indivíduos, contribuam para este conceito que necessita ser aplicado globalmente, por meio de ações individuais e comunitárias. Assim, todos nós podemos colaborar para o desenvolvimento de um mundo mais sustentável.

Mas o que eu posso fazer sobre isso? Comece reciclando, reutilizando, repensando sua forma de consumo e opte por comprar algo de longa duração. Você que gosta de moda, pesquise antes de consumir desta loja. Compre de marcas que se preocupam com o ambiente, não somente a natureza, mas as pessoas envolvidas nesta marca, elas também são natureza.

Mal você sabe, mas esta marca que você tanto ama, pode estar envolvida em trabalho infantil e seu material de curto prazo. Não incentive este tipo de empresa. Priorize a “slow fashion”!

Além disso, economizar energia e água de todas as formas possíveis é essencial: na hora de lavar a roupa, tomar banho, escovar os dentes, deixar luzes apagadas, entre outros. Suas pequenas ações podem gerar um grande impacto!

Não apenas um discurso político ou ativista, o desenvolvimento sustentável é essencial para o futuro próspero das futuras gerações. É sobre o uso consciente dos presentes que o mundo nos proporcionou para desfrutarmos. É sobre preservação da nossa própria espécie.

 

*Maria Luísa Pereira Jorge Ferreira

Year 11 – St Nicholas International School, São Paulo