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Os mitos eram uma forma dos gregos entenderem os fenômenos naturais e os acontecimentos que fugiam da compreensão dos humanos. A mitologia é repleta de narrações sobre traições, vinganças, intrigas e maldades. Ela pode ser utilizada para a interpretação subjetiva e metafórica dos diversos acontecimentos que encontramos atualmente. Existem muitos mitos interessantes, entre eles está o mito de Agne ou Ate.

Agne ou Ate, em grego antigo significa ruína, insensatez, engano, e hoje, palavra fraude significa “aquilo que vem de Ate”. Portanto, ela personifica a ruína, o engano, a tolice, a cegueira da razão. Ela interferia no destino daqueles que não pensavam em suas ações e por isso sofriam suas consequências. Frequentemente, Agne é acompanhada da Hýbris, a desmedida ou tudo que passa do limite, o excesso de confiança, o orgulho exagerado, a presunção, a arrogância que normalmente acabam em punição.

Após ajudar Hera a prejudicar o nascimento de Hércules,  Agne foi banida por Zeus  do Olimpo e passou a viver entre os mortais. Divindade alada, leve e ágil, seus pés apenas roçavam a cabeça dos homens sem que eles percebessem, induzia-os ao erro e perturbava-lhes a razão. Todas as ações desleais dos mortais eram atribuídas a sua insidiosa influência. Passou a percorrer o mundo causando o caos e devastando a mente dos mortais.

Para os gregos, a prudência e a moderação eram considerados como um estado de espírito e o oposto dessas virtudes eram o orgulho, a vaidade e a arrogância. Recomendavam que nada deveria ser em excesso. O mito de Agne ou Ate pode ser utilizado como metáfora aos dias atuais. Pode ser comparado a toda informação e desinformação que chega até as pessoas por meio de várias fontes e que não passam por um crivo.

No mito, Agne sopra na mente dos mortais ideias insensatas. Hoje as informações surgem de vários meios de comunicação, sopradas pelo WiFi e, se não passarem por um filtro ou por uma percepção mais atenta, levam ao engano. É preciso ter tranquilidade e moderação para não se contaminar, ficando cego para a verdade, muito menos ser arrogante como a Hýbris deixando de investigá-la.

Agne ou Ate: Deusa grega do erro ou engano

Hýbris: a desmedida, o que passa do limite

Zeus: deus supremo do Olimpo, marido de Hera