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O significado de humanidade vai além da definição da nossa espécie; também simboliza bondade, benevolência, compaixão. Em tese, não combinaria com guerra. Entretanto, desde que se tem registros históricos, a humanidade nunca viveu sem ela. A palavra paz, cuja etimologia tem sua origem no latim (pax) e é definida exatamente como “ausência de guerra”, sempre foi uma teoria utópica. Infelizmente. O que não se esperava é que num mundo pós-pandemia enfrentaríamos o horror de uma nova guerra e o temor de que ela possa ser mundial.

Alguns historiadores argumentam que a guerra é inata ao homem e que até mesmo na pré-história a espécie se perpetuou graças à ela. Pelo olhar da História, comprovamos que de fato o mundo nunca viveu algum período de paz, seja médio ou curto. Na antiguidade, mais de 42 guerras e conflitos dizimaram milhões. Da Idade Média até o século XIX, mais de 70; no século seguinte, foram mais de 60 incluindo as duas grandes guerras mundiais e no século atual, 23 guerras já foram registradas. Entre 1.100 e 1.900 guerras mataram mais de 10 milhões de pessoas; na Primeira Guerra Mundial foram 20 milhões de mortos e na Segunda, mais de 60 milhões. Estes números não são exatos porque guerras impedem este tipo de precisão.

Neste sentido vamos entender que guerras são conflitos armados que acontecem por diferentes motivos, como desentendimentos religiosos, interesses políticos e econômicos, disputas territoriais, rivalidades étnicas, entre outras razões. Na História, elas são estudadas por um ramo conhecido como História Militar, que se dedica não só a entender as grandes guerras, como também a estudar a noção dos exércitos.

Um dos grandes teóricos da guerra moderna foi o militar prussiano Carl von Clausewitz, responsável por estabelecer ideias como a da mobilização total de um Estado para a guerra. Eventos como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial são demonstrações perfeitas do estado de guerra total. Para evitar os excessos, foram estabelecidas as Convenções de Genebra.

Guerras na História – Até o século XIX, as guerras eram um dos maiores focos de estudo dos historiadores. A História, sob essa perspectiva tradicional, típica desse século, voltava-se ao estudo dos grandes acontecimentos, dos grandes feitos e dos grandes homens. Assim, os conflitos eram um celeiro cheio de acontecimentos e de importantes personalidades a serem explorados. Essa visão tradicionalista perdeu força no século XX, e novos objetos e métodos começaram a ser utilizados para a pesquisa. Ainda assim, as guerras permaneceram como uma pauta importante, uma vez que são catalisadoras de mudanças significativas.

Entendendo a guerra –  A guerra sempre foi alvo de intensos estudos e, como tal, recebeu reflexões de diversas pessoas ao longo da história. Essa reflexão e análise não é uma realização do homem moderno, uma vez que um dos tratados mais conhecidos sobre a guerra é de um estrategista militar chinês chamado Sun Tzu.

Existe uma série de polêmicas sobre esse tratado, sobretudo sobre sua datação e se de fato contém somente escritos de Sun Tzu. De toda forma, o livro de Sun Tzu, conhecido como A Arte da Guerra, é entendido como o tratado mais antigo sobre esse assunto. Portanto, podemos perceber que o interesse do homem pela guerra é de longa data.

Sabemos também que bem antes de Sun Tzu ter escrito seu tratado (estima-se que foi escrito entre o século V a.C. e III a.C.), a guerra já era uma realidade na vida da humanidade. Arqueólogos estudam vestígios de que os homens pré-históricos já iam à guerra; e, na Antiguidade, dominar a guerra era fundamental para garantir a sobrevivência de um povo.

Sobre a importância da guerra na antiguidade para a sobrevivência de determinado povo ou império, Sun Tzu já sentenciava: A guerra tem importância crucial para o Estado. É o reino da vida e da morte. Dela depende a conservação ou a ruína do império. Urge bem regulá-la. Quem não reflete seriamente sobre o assunto evidencia uma indiferença condenável pela conservação ou pela perda do que mais se preza. Isso não deve ocorrer entre nós.

Sun Tzu entendia que a guerra deveria ser conduzida de forma a ser solucionada rapidamente, uma vez que uma guerra longa empobreceria o reino, seria penosa para os soldados, traria muitas mortes e prejudicaria a honra daquele que estivesse à frente dos soldados. Uma característica muito importante da filosofia de guerra de Sun Tzu é sua crença de que até a vida dos inimigos deveria ser poupada, se fosse possível.

Essa visão da guerra, como algo a ser rapidamente finalizado e à procura de se evitar um grande número de mortos dos exércitos adversários, mudou radicalmente à medida que a guerra foi se modernizando.

A guerra moderna, por sua vez, tem em grande parte formulação teórica nos escritos de Carl von Clausewitz, um militar prussiano que viveu nos séculos XVIII e XIX. A Primeira Guerra Mundial incorporou as ideias de guerra de Clausewitz, sendo um conflito no qual não havia misericórdia com o adversário. Na percepção de Clausewitz, as preocupações a respeito de se evitar o derramamento de sangue são uma fraqueza, pois ele afirma que “a guerra é uma atividade perigosa que os erros advindos da bondade são os piores”. Sendo assim, Clausewitz entende que, se um lado da guerra vai com a intenção de poupar vidas, já entra no conflito enfraquecido. A guerra para Clausewitz é, portanto, “um ato de força”. Na visão dele, “não existe qualquer limite lógico para o emprego desta força”.

Essa forma de enxergar a guerra levou a conflitos dramáticos ao longo da Idade Contemporânea, sobretudo no século XX. Os horrores que se cometeram nas guerras, principalmente nas duas guerras mundiais, levaram a humanidade a sancionar termos parar impor limites na ação humana durante os conflitos armados.

Aqui, estamos falando das Convenções de Genebra, acordos que foram realizados em convenções que se passaram nos anos de 1864, 1906, 1929 e 1949. A junção desses acordos foi revista e atualizada na Quarta Convenção, em 1949. Por meio da Convenção de Genebra, foram decididos termos para que prisioneiros de guerra, civis, enfermeiros, soldados feridos, entre outros, fossem protegidos e tratados dignamente.

As Convenções de Genebra são um importante pacto civilizatório, que demonstra que nem em estado de guerra é permitido que se realizem horrores, como o aprisionamento desumano de prisioneiros e a tortura. Atualmente 196 países ratificam as Convenções de Genebra, fazendo com que sua aplicação seja considerada universal. Aqueles que não cumprem as determinações estão sujeitos a julgamento na Corte Penal Internacional, localizada em Haia, nos Países Baixos.

 

Como começou

24 de fevereiro de 2022 entrará para a História como data-start da guerra da Rússia contra a Ucrânia que o mundo assiste com temor. A invasão russa à Ucrânia tem como um de seus principais panos de fundo os temores da Rússia com o avanço da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no leste da Europa.

O conflito que o mundo vê agora acontece em uma região ucraniana próxima da Rússia, que compunha a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Fernando Brancoli, professor de relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a relação entre Rússia e Ucrânia começou a se desgastar mais após a dissolução da URSS.  Isso porque, logo após a fragmentação da União em várias nações, os Estados Unidos decidiram agregar mais países à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e com isso, iniciou-se um debate para a entrada da Ucrânia no bloco.

Brancoli afirma que o assunto ficou congelado durante anos – até que, em 2014, após uma revolução, quem assumiu o poder na Ucrânia foi Petro Poroshenko. Sendo uma liderança mais próxima do Ocidente, sua eleição voltou a chamar a atenção de separatistas. Tal fato juntamente com a anexação da Crimeia, região de controle ucraniano, no mesmo ano, piorou ainda mais a relação entre os dois países.

Os anos se passaram e a situação parecia controlada, até que os debates envolvendo a entrada da Ucrânia na Otan voltaram a ganhar tração após a eleição de Zelenski, atual presidente ucraniano, também bastante próximo dos Estados Unidos e da Europa. Segundo Brancoli, com a economia fragilizada pela pandemia de coronavírus e a política em crise, acompanhada de um avanço sistemático da Otan sobre a Ucrânia, Putin viu incentivos internos e externos para tentar aumentar a popularidade de seu governo retomando uma área que ele entende que sempre foi bastante próxima da Rússia.

Desde novembro do ano passado, os russos passaram a aumentar as tropas na região de fronteira com a Ucrânia. O discurso, na época, era de que os soldados russos posicionados na fronteira estavam apenas fazendo exercícios militares, enquanto Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, alertava para movimentos “incomuns” na região fronteiriça.

Nos últimos dias, os movimentos passaram a ficam mais agressivos e calculados. No dia 21 de fevereiro, Putin informou que reconheceu como países independentes duas áreas separatistas da Ucrânia, Donetsk e Lugansk, após solicitação pública dos líderes de ambas.

Esse reconhecimento foi visto como uma violação flagrante do direito internacional, segundo a União Europeia, e um primeiro passo para justificar uma invasão. O passo seguinte foi Putin dizer, que enviaria tropas “em missão de paz” para garantir a segurança das áreas separatistas. Na mídia local, os russos receberam a informação de que havia um “genocídio” contra a população russa nessas áreas realizado por tropas ucranianas.

Nesse meio tempo, a comunidade internacional começou a reagir com uma série de sanções. O presidente americano, por exemplo, cortou o governo da Rússia do financiamento ocidental e anunciou que instituições financeiras e a elite russa também sofreriam restrições,

As medidas anunciadas por uma série de potências, no entanto, não fizeram Putin recuar. Após quatro meses de intensa negociação, o presidente russo optou por invadir a Ucrânia, deixando o mundo em alerta.

 

Cancelamento e sanções –  Uma série de sanções e ‘cancelamentos’ financeiros, econômicos, esportivos, culturais e tecnológicos foram aplicados à Rússia como forma de represália. Apesar de o número grande de sanções anunciadas pela Europa e pelos Estados Unidos, na visão de especialistas a Rússia tem mais condições de suportar as medidas anunciadas do que o Ocidente de ficar sem recursos. Para o professor de direito internacional Thiago Nogueira, a razão é que a Europa é fortemente dependente do gás natural e do petróleo produzidos pela Rússia. Nesse sentido, diz, a União Europeia deverá avaliar o risco que corre de ficar sem fornecimento – especialmente de gás natural, muito utilizado na calefação das casas.

 

Por que a Rússia atacou a Ucrânia

No caso da Ucrânia, há um fator histórico ainda mais forte. A Ucrânia e Belarus (onde o ditador Alexander Lukashenko apoia Putin) são vistos pelo presidente russo como, na prática, partes por direito da Rússia – por terem muitos russos étnicos e culturalmente mais próximos de Moscou do que do Ocidente.

No passado, o território que hoje é a Ucrânia chegou a ser parte do antigo Império Russo. Depois, em 1919, virou uma república da URSS. Com o colapso do bloco, a Ucrânia selou de vez a independência em 1991 e sua integridade territorial em um acordo de 1994, sendo, portanto, uma democracia ainda muito jovem.

Assim, a Ucrânia tem sido, desde o fim da Guerra Fria, uma fronteira entre a influência da Europa Ocidental e da Rússia. Uma possível entrada da Ucrânia na Otan, que chegou a ser ventilada nos anos 2000 e 2010, é o motivo oficial das tensões atuais na Ucrânia. Putin disse que a Ucrânia é uma ameaça à segurança nacional russa e que, se entrasse na Otan, poderia ser um “trampolim” para um eventual ataque ocidental à Rússia.

Após o fim da URSS, a Otan e a União Europeia passaram a agregar nos anos 1990 e 2000 muitos países que eram zona de influência soviética na chamada Europa Central. Assim, países como os Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), República Tcheca, Hungria, Polônia, Eslovênia e Eslováquia se tornaram membros — a contragosto da Rússia. Mas a Ucrânia ficou no meio do caminho. Movimentos de aproximação com a União Europeia e a Otan foram feitos ao longo dos últimos anos. Protestos populares pró-Ocidente realizados em 2013 derrubaram o presidente pró-Rússia.

Em resposta, o Kremlin apoiou separatistas na Crimeia, onde já vivia numerosa população de origem russa, o que se desdobrou na anexação da região em 2014, e no apoio a separatistas nos territórios de Luhansk e Donestk. Uma guerra civil tem ocorrido desde então, com mais de 14.000 mortos.

Não há, no entanto, uma visão coesa na Ucrânia sobre esses movimentos. Enquanto a porção oeste anseia obter os padrões europeus, a parte leste ainda se vê mais próxima dos russos. Agora, o presidente russo pede o que chama de “desmilitarização” da Ucrânia.

Antes da anexação da Crimeia e do início dos conflitos separatistas em Donbas em 2014, a Rússia havia ainda atacado a Geórgia em 2008, ex-república soviética que também começava a negociar um ingresso na Otan.

“Na prática, já há uma guerra acontecendo desde então”, disse Maurício Santoro, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Mas o que mudou, agora, é esse tamanho da ambição russa com relação à Ucrânia. Há sete anos, o objetivo era anexar um território que era estratégico para a Rússia. O que vemos hoje é uma escalada da crise para um objetivo mais amplo, que significa definir quais vão ser as esferas de influência na Europa Oriental, onde vai passar essa linha.”

Terceira guerra?

Os olhos do mundo estão voltados para o Leste Europeu onde ocorre a invasão decretada por Vladimir Putin. O líder russo, quando da invasão, se dirigiu ainda a lideranças de outros países e afirmou que interferências externas teriam respostas imediatas. Desde então, cidades foram atacadas, centenas de pessoas morreram no conflito e outras milhares tentam fugir do território ucraniano.

Os Estados Unidos fizeram um alerta global após Putin se reunir com o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e com o ministro do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin, e ordenar que as forças nucleares fossem colocadas em “regime especial de alerta”. Esse aumento da tensão entre os países faz com que muitas pessoas questionassem quais as chances dessa crise causar uma terceira guerra mundial.

Segundo Danielle Ayres, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina, neste momento a maioria dos especialistas acredita que a crise no Leste Europeu não é capaz de desencadear uma terceira grande guerra.

“A maioria dos analistas acha que [o início da terceira guerra] é muito improvável porque, tanto por parte da Rússia, quanto por parte do Ocidente – considerando Estados Unidos, Europa Ocidental e Reino Unido – não há interesse que o conflito se alongue além da fronteira da Ucrânia. Para se tornar mundial, a guerra deveria ultrapassar as fronteiras para a Europa, mas isso não parece ser possível e não parece ser do interesse de ninguém”, explica.

Apesar de ser improvável, a especialista ressalta que não é algo completamente impossível. Segundo Ayres, a pequena chance do início de uma terceira guerra está ligada diretamente às ações do presidente russo.

“É muito improvável uma nova guerra mundial, a não ser que o Putin ataque o Ocidente. A partir de uma ação contra países da Europa Ocidental, por exemplo, essa guerra poderia ir aumentando aos poucos com a integração de outras nações e os prejuízos seriam enormes”, afirma.

Danielle Ayres ressalta que o líder russo já tomou medidas que violam a soberania da Ucrânia e isso deve ser visto com atenção.  “Essa guerra especificamente chama atenção porque o Putin está tomando medidas de violação de soberania e isso abre precedentes. Ele está quebrando um paradigma muito sério. Mas, uma guerra maior não é de interesse da comunidade internacional e o que a maioria dos especialistas pensa é que a tendência desse conflito é se tornar de guerrilha”, diz,.

A professora lembra ainda que, de acordo com as normas que regem o militarismo na Rússia, o país que está sob o comando de Vladimir Putin pode usar armas nucleares para retaliar ataques. “O Putin tem na sua doutrina militar a perspectiva e a diretriz de que, em caso de guerra, é possível retaliar um ataque com arma nuclear. É algo que faz parte da doutrina militar da Rússia diante de qualquer tipo de ataque contra o território russo. Ele tem essa legitimidade”, pontua Ayres.

Escalada do conflitoA tensão que hoje está diretamente ligada à Rússia e Ucrânia pode atingir outras nações vistas como potências, se forem consideradas declarações recentes dadas por Vladimir Putin, que mostram a disposição do líder russo para enfrentar outros embates.

Segundo o jornalista e mestre em Rússia pela Universidade de São Paulo, Fabrício Vitorino, há algumas semanas uma invasão russa ao território vizinho não era aguardada, mas, aconteceu. Por isso, apesar de pouco provável, uma guerra entre a Rússia e membros da Otan não é mais uma opção totalmente descartada pelos especialistas.

“A ação da Rússia foi de invadir o território ucraniano, em nome de uma luta contra um genocídio de russos ou em nome da desnazificação da Ucrânia, e isso surpreendeu a muitos, senão a todos. Esse primeiro passo faz com que a gente realmente abra o leque de possibilidades para o que pode acontecer em um futuro próximo. No começo de fevereiro, em um encontro com o presidente francês Macron, o Putin foi bem explícito na sua comunicação ao dizer que ele sabe que em um embate com a Otan – que tem um exército muito maior e um poderio militar muito maior – ele sai em desvantagem e que o exército russo certamente seria derrotado. Mas, ele pontua naquela ocasião que a Rússia tem armas nucleares e ninguém quer um conflito nuclear e que ele estaria disposto a usar essas armas”, lembra Fabrício Vitorino.

Outro sinal que mostra a Rússia disposta a encarar uma possível escalada do conflito, apesar do poder destrutivo, é o fato de Vladimir Putin ter colocado as forças nucleares do país em alerta. “Quando ele coloca essa força militar em alerta máximo, ele sinaliza que está disposto a escalar esse conflito, levar para esse conflito armas sujas, armas de destruição em massa. Evidentemente armas nucleares com potencial destrutivo muito alto e virtualmente imparáveis. Diante desse cenário, a gente já enxerga no horizonte – embora sejam remotas – possibilidades de haver, não uma 3ª Guerra Mundial, mas um novo conflito onde toda a Europa ou todos os membros da Otan sejam envolvidos. Estaria de um lado a Rússia e Belarus sem muitos aliados e do outro lado todos os países da Otan. Esse é um desdobramento possível, mas ainda pouco provável dado o potencial destrutivo que esse conflito teria”, explica o especialista. Além de Rússia e membros da Otan, os analistas também não descartam completamente eventuais conflitos envolvendo países como China, Índia e Síria, devido às incertezas que envolvem os embates mais recentes.

(matéria de capa da edição 247)