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Impossível não se impressionar com o trabalho do designer Douglas Pires Silva, 33, que usa as redes sociais para divulgar seus projetos em 3D que retratam e resgatam a história de Avaré, através da reconstrução virtual de prédios e monumentos históricos, proporcionando uma verdadeira viagem ao tempo. Através de suas projeções, revive-se o passado e a nostalgia de como seria o patrimônio histórico da cidade caso fosse preservado.

Nascido em São Paulo, mas morando em Avaré desde o ano 2000, Douglas é formado em TI (Tecnologia de Informação) pela FATEC de Botucatu e também em publicidade e propaganda pela faculdade Eduvale.

“O gosto pelo designer vem desde criança, meus pais são do segmento da cultura; minha mãe é formada em biblioteconomia e meu pai, em administração de empresas e também escritor. Desde cedo fui bombardeado com livros e sempre desenhei”, conta em entrevista ao in Foco.

Transformando o hobby em profissão, Douglas começou sua trajetória profissional em jornal impresso e paralelamente na Eduvale, onde até hoje é responsável pela parte gráfica e de criação da faculdade, desde logos, sinalização, campanhas publicitárias entre outros. Mas foi a atuação em uma empresa de comunicação visual que o ‘apresentou’ ao processo do 3D, no qual casas, prédios e fachadas dão a exata visão de como ficarão. Dez anos trabalhando com 3D deixaram o designer completamente experiente para desenvolver o projeto de prédios históricos.

Mas afinal de onde veio tanto interesse também pela questão histórica? “Li alguns livros sobre a história do Brasil, e foi no livro 1808 (Laurentino Gomes) que despertei o interesse em reproduzir os prédios antigos, pois nesse livro, quando a esposa do rei Dom João desce do navio e começa a andar pelas ruas do Rio de Janeiro, ela descreve as casas, muitas não tinham janelas na frente, apenas as portas. É por causa dela que a arquitetura da cidade foi se moldando com a de Portugal. Nisso, eu decidi reviver os prédios da minha cidade, pois estão se deteriorando e acreditava que eu poderia contribuir muito com a cultura da nossa cidade, para o presente e principalmente para as gerações futuras”, relata Douglas, que é apaixonado por história, política e arquitetura.

Todos os projetos tem base em fotos preto e branco e informações colhidas por pesquisas que ele faz. Um de seus colaboradores é o historiador (e colunista do in Foco) Gesiel Junior; outra fonte de ajuda é virtual; trata-se do grupo Memórias Avareenses, do qual ele é um dos administradores na rede social. “Quando tenho dúvidas do projeto, pergunto para os senhores e senhoras do grupo, eles me ajudam muito com dicas, cores da época, como eram feitos entre outras”.

O designer artístico também detalha todo o processo de criação: “primeiro começo uma pesquisa minuciosa com fotos, tento arrecadar o máximo de fotos possíveis do prédio que quero projetar. Após isso, começo a estudar o tipo de arquitetura da época, por exemplo, em 1930 era a art déco. Assim consigo entender melhor como eram feitos os prédios da época;  preciso desenhar os detalhes exatamente como eram feitos, pois acredito que quanto mais detalhes no meu projeto, mais consigo deixar ele exatamente como foi construído. Após todo estudo, começo a levantar o prédio em 3D; o programa utilizado chama-se Sketchup e utilizo outro programa para transformar meu projeto em foto realista”.

Para Douglas, os projetos mais trabalhosos foram a famosa Casa Verde (pela enorme quantidade de detalhes), a antiga Estação Ferroviária (também pelo excesso de detalhes) e a escola Matilde Vieira.

“Faço com muito amor, capricho e vontade de contribuir para nossa cultura. Tenho planos de no futuro me tornar prefeito e revitalizar todos os prédios abandonados”, revela Douglas.  Outro objetivo seu ao criar estas revitalizações e reconstruções virtuais, é eternizar seus projetos para as futuras gerações – objetivo já concluído com sucesso.

Para conhecer mais o trabalho do artista, basta segui-lo no instagram @avaré3d