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Um dos temas atuais na psicologia é a capacidade de tolerar frustrações. O que significa tolerar frustrações? Quando alguém adquire essa capacidade? Passamos por várias fases durante todo o ciclo de vida, do nascimento até a morte. Nós não podemos conseguir tudo o que queremos, a frustração pode ser difícil de enfrentar, mas é fundamental para o desenvolvimento psíquico.

Frustração é um sentimento de impotência que ocorre quando uma expectativa ou um desejo não é satisfeito, ou quando algo que era esperado não acontece. São obstáculos que causam desânimo e incômodo. A decepção pode causar uma desestruturação emocional em vários níveis e acarretar consequências sérias. Uma pessoa com baixa tolerância à frustração pode abrir espaço para problemas como o estresse, a agressividade e a depressão, entre outros.

A cobrança por uma vida bem sucedida, um diploma, um emprego, uma família feliz, dentro dos padrões aceitos pela sociedade geram muita angústia e dificultam ainda mais a tolerância à frustração, porque podem tornar-se atividades irrealizáveis, interferindo na autoestima. Muitas pessoas ao sentirem-se frustradas fogem da situação que levou a ela, desistindo do que queriam e evitam situações parecidas no futuro por medo de serem frustradas novamente. As tentativas para eliminar a frustração são falhas, gerando consequências negativas que levam a doenças físicas e psicológicas.

Ficar preso a experiências conhecidas, estar seguro e confortável não ajuda a lidar com as adversidades, muito menos superar erros. Sentir-se frustrado é fundamental para o desenvolvimento humano, pois é a partir de experiências negativas que o aprendizado ocorre, assim é possível crescer e criar novas formas de interagir com a realidade. Quando se acredita na capacidade de realização, os sentimentos negativos gerados pela frustração servirão para a próxima vivência e, se tudo correr bem, provavelmente, a resiliência e a empatia serão novas conquistas.

Entender a frustração como oportunidade de mudança, transformando-a em motivação ajuda a obter êxito nos novos objetivos.  Para evitar sentir-se frustrado é bom lembrar de algumas máximas: o mundo não gira em torno dos nossos desejos e nem é justo. A vida não é um roteiro fechado. Todo erro é oportunidade de aprendizado. Você pode fazer diferente. Nem tudo depende de você. Estabeleça metas realistas. Sempre é possível pedir ajuda. A frustração pode e deve impulsionar ações positivas.

No mundo pós-pandêmico aconteceram inúmeras mudanças nas mais diversas áreas, tanto nos relacionamentos, como na educação e na saúde. O afastamento social imposto na forma do famoso lockdown propiciou o aparecimento de diversos transtornos e patologias. As crianças na fase de alfabetização e os adolescentes foram um dos mais prejudicados. Não havia tecnologia suficiente para dar conta da demanda. Portanto, pandemia e a pós-pandemia são um exemplo de como tolerar a frustração ainda é importante para o crescimento social, pessoal e da saúde. Tolerar a frustração, aprender a ser empático e ter resiliência são ações que irão ajudar muito no desenvolvimento de toda uma geração afetada pela tragédia que modificou a forma de como ver o mundo.

É preferível tolerar a frustração, aprender a ter resiliência e empatia, a ter que lidar com o luto!

 

Empatia: Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias.

Resiliência: capacidade de enfrentar e superar adversidades, voltando ao estado de normalidade.