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Uma reflexão dolorosa e certeira sobre a violência racial

“Eu não consigo respirar! Eu não consigo respirar!”

Depois do abominável caso do assassinato do americano George Floyd, mais uma das milhares de vítimas de policiais que cometeram abuso de poder por racismo e cuja morte acarretou em uma onda de protestos ao redor do mundo, a questão do preconceito racial que  infelizmente parece não ter fim precisa mais do que nunca ser colocada em foco. Um negro parado como “suspeito” de um crime apenas pela cor de sua pele.

Vencedor do Oscar 2021 de Melhor Curta em Live-action, “Dois Estranhos” (disponível na Netflix) usa do recurso do “loop temporal” ( aquele dia que se repete infinitamente) para colocar o dedo na ferida da truculência policial contra negros, ele consegue e incomoda pela temática sempre revoltante e pelo final surpreendente.

Carter é um rapaz negro, um cidadão de bem que um dia acorda na casa da ficante e que só quer ir embora cuidar do seu cachorro, mas no caminho ele encontra um policial branco e é baleado…..O ciclo de violência se repete indefinidamente não importa o que Carter faça pra tentar modificar aquele dia infernal; a violência não cessa, pelo contrário, ela parece cada vez pior no dia seguinte, pois o problema é sua cor, só isso.

Uma vítima e um algoz, um que só quer chegar a salvo em casa e o outro que só quer destruir. Uma reflexão obrigatória nesse momento de ebulição social e ondas de violência ao redor do planeta: Por que tanta fúria, por que???

A trajetória do protagonista Carter se reproduz à exaustão pra que não nos esqueçamos de tantas histórias e vítimas de violência racial que acontecem diariamente mundo afora.

Apesar de ter apenas 32 minutos, “Dois Estranhos” é um filme grandioso que nos deixa sem fôlego e não acaba quando termina, ele perdura por dias em nossa memória.