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A mitologia é um conjunto de lendas e narrativas fantásticas que contam a origem de seu povo e das suas crenças. Os gregos usavam os mitos para explicar de onde vieram e como surgiram os deuses nos quais eles acreditavam. Os deuses da mitologia grega continuam a exercer um fascínio enorme mesmo em um mundo tão moderno. Tudo isso por conta da cultura, da simbologia e da força dada a eles, algo que se perpetua até hoje. Tanto os deuses da mitologia grega, quanto os heróis podem ser vistos como parte de nós mesmos. As divindades têm ações e comportamentos muito humanos e simplistas, isso causa uma identificação imediata com eles. Talvez este seja o exemplo de que a perfeição não existe, nem mesmo entre os deuses.

Um desses mitos conta a história da deusa Éris, a quem é atribuído titulo de deusa da discórdia e do surgimento da expressão “pomo da discórdia”. Conta a lenda que Éris foi a única deusa a não ser convidada para o casamento de Tétis e Peleu, pois possuía um temperamento muito difícil.  Na festa de núpcias todas as divindades estavam presentes, menos ela. Irritada pela ofensa, a deusa apareceu repentinamente na hora do banquete, e jogou sobre a mesa uma maçã de ouro com a seguinte inscrição: “Para a mais bela”.

As deusas Hera, Afrodite e Atenas começaram a brigar pela maçã. Zeus, o pai dos deuses, teve de intervir. Encarregou o deus Mercúrio de levar as rivais para a Frígia e submeter o caso ao julgamento do primeiro mortal que fosse encontrado. O primeiro mortal encontrado foi Páris. As deusas, como de hábito, e péssimo exemplo para os mortais, ofereceram algo valioso para que o julgamento fosse favorável a uma delas. Atenas prometeu-lhe sabedoria e glória. Hera, riqueza e o império da Ásia. Afrodite ofereceu o amor da belíssima Helena, esposa do rei grego Menelau. Páris, corrompido, deu a maçã dourada ou o Pomo da Discórdia para Afrodite. Ganhou, assim, o amor de Helena, e, com isso, deu origem à guerra que causou a ruína de Tróia. Éris plantou a semente da discórdia e saiu ilesa ao final. A maçã dourada acabou sendo o símbolo de Éris, logo o símbolo da discórdia em si. Em outras histórias a maçã torna-se objeto da discórdia, como por exemplo, no conto da Branca de Neve, a bruxa dá a ela a maçã envenenada. Eva foi instigada pela serpente a comer o fruto proibido sendo expulsa do paraíso. Um grande objeto de desejo atual é representado pela maçã mordida. Usando o mito como metáfora e trazendo para os dias de hoje, percebe-se que existem alguns tipos de pessoas com características de personalidade muito parecidas com Éris.

São pessoas que adoram causar a discórdia, polêmicas, disseminar mentiras, notícias falsas (fake news), simplesmente pelo prazer em atrapalhar a tranquilidade alheia. Ao se deixar levar pela provocação e cair na tentação da competição algumas vezes o resultado pode não ser favorável, pois não há como prever o final da disputa. Uma opção é colocar o comportamento desse tipo de pessoa em extinção, ignorar solenemente. É preciso estar atento para não ser seduzido por maçãs douradas oferecidas despretensiosamente e comer o pomo da discórdia!

 

Éris: deusa grega da discórdia

Frigia: foi um reino da antiguidade situado na parte central oeste da Anatólia (atual Turquia).

Pomo: maçã, daí a palavra pomar