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Psicopatas assassinos seguem um padrão de comportamento: são frios, mentirosos, tem zero de remorso, são egocêntricos e só fazem  o que lhes dá prazer – são e sempre serão assim, pois não há como transformá-los. Guilherme de Pádua e Paula Thomas são dois psicopatas perversos que mataram brutalmente a atriz Daniella Perez em 28 de dezembro de 1992.

Produções “true crime”, que narram e investigam crimes verídicos, estão mais em alta do que nunca, o podcast “A Mulher da Casa Abandonada” e os documentários “ Em Nome de Deus” e “A Garota da Foto” são exemplos de grandes sucessos  do gênero . E agora pra engrossar essa lista chega ao catálogo da HBO Max “Pacto Brutal : O Assassinato de Daniella Perez”, uma minissérie documental em 5 episódios que desconstroem com minúcias um crime hediondo, um dos crimes que mais chocaram o Brasil e que ainda causa muita revolta, visto que os assassinos se encontram livres.

A minissérie mostra a luta impressionante da escritora Glória Perez para que sua filha não fosse difamada e acusada de “merecedora” da morte hedionda que teve, numa inversão de valores abominável que não raramente acontece no Brasil, quando incriminam a própria vítima pra justificar um crime injustificável. Os assassinos alegavam que Daniella perseguia Guilherme e forçava um caso amoroso com ele, e que ele a matou pra defender sua família. Daniella foi morta enquanto estava desacordada por um soco, com 18 apunhaladas no peito e no pescoço; as estocadas foram tão violentas que seu coração pulou pra fora. Não existe ABSOLUTAMENTE NADA que justifique esse crime abominável.

Ficção e realidade se confundiam na cabeça do público ávido por informações do caso bombástico, que era alimentado por capas de revistas que publicavam a foto do casal Yasmin e Bira que eles formavam na novela “De Corpo e Alma”.  Numa época em que não havia internet e a imprensa escrita e televisionada tinham o público nas mãos, elas eram as “influenciadoras”.

A minissérie também escancara as imensas falhas da justiça brasileira, a execução penal absurda, as trapalhadas da polícia, corpo e local do crime revirados, o não acesso às testemunhas-chave, policiais corruptos e advogado vaidoso e sensacionalista. É aí que entram a resiliência e a batalha incansável de Glória Perez , que foram as responsáveis pela maioria das provas testemunhais que condenaram os assassinos de sua filha. Outra vitória importante da escritora foi alterar a lei penal através de um abaixo-assinado levado até o Congresso Nacional.

Os diretores Tatiana Issa e Guto Barra, num decisão acertadíssima, não deram palco pros assassinos, já que são dois mentirosos compulsivos e estão aí soltos virando celebridades sob os holofotes do sucesso da minissérie. E também não deixaram a produção pender para o sensacionalismo, visto que a história por si só já tem horrores o suficiente. Eles detalham a vida da atriz de uma maneira muito bonita, ela era querida e estava em ascensão,  mostram suas relações, os amigos, o amor com o marido o ator Raul Gazolla e os planos que eles tinham e que foram ceifados pelos dois monstros.

Indignação, violência, tristeza e luto em meio a surpresas ainda inéditas para o público fazem de “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” uma obra pesada, dolorida de assistir, mas que surpreende a cada episódio e passa a limpo essa história com competência e emoção. “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” é da HBO Max.