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Com implementação prevista para o ano que vem, o Novo Ensino Médio tem mudanças ainda pouco conhecidas pela população em geral e pela própria comunidade escolar, segundo especialistas. A principal diferença está na redução da carga horária do currículo obrigatório, comum a todos os alunos, compensada pela possibilidade de o estudante escolher o restante da grade curricular nos outros horários, de acordo com a sua área de interesse e as possibilidades existentes na sua escola.

A reforma no Ensino Médio tem origem na Lei 13.415/2017, que previa que os Estados fariam as adaptações para o novo modelo em 2019 e o implementariam em 2020. Com a troca de governos estaduais em 2019 e o início da pandemia no ano seguinte, a reforma ficou suspensa ou passou por atraso em muitos Estados. Em 13 de julho, porém, o governo federal divulgou um novo cronograma, determinando que os alunos de primeiro ano do Ensino Médio sejam matriculados já no novo modelo em 2022.

O novo Ensino Médio vai ser implementado de forma gradual a partir do ano que vem, focando na formação do aluno e no desenvolvimento de competências e habilidades.

As disciplinas ficarão integradas em quatro áreas do conhecimento, sendo assim, o aluno poderá escolher itinerários formativos conforme áreas de seu interesse e projetos de vida e carreira. As mudanças vão ocorrer no 1°, 2° e 3° ano dessa etapa escolar. Isso irá provocar um verdadeiro desafio para as escolas públicas e particulares que terão de implementar diretrizes curriculares nacionais. Elas começaram a adaptação em 2018, realizada de forma gradual. Principalmente porque a carga horária irá mudar para 1.800 horas e o aluno passará mais tempo na instituição (no mínimo, 1.200 horas flexíveis que ficarão reservados para a Formação Técnica e Profissional).

O novo ensino médio vai entrar em vigor ano que vem para os alunos do 1° ano e até 2024 atingirá todas as turmas do país. A carga horária será maior tendo um total ao longo de três anos que passará de 2400 horas para 3 mil horas. Dessas 3 mil horas, 1.800 vão ser destinadas para as disciplinas que são obrigatórias da base Nacional Comum Curricular e 1.200 horas será destinada para o aluno decidir, ou seja, itinerários formativos.

Escolas ficam obrigadas a oferecer ao aluno uma opção complementar a formação:

  • Linguagens e suas Tecnologias
  • Matemática e suas Tecnologias
  • Ciências da Natureza e suas Tecnologias ciências
  • Humanas e sociais aplicadas

 

Como ficarão os professores com a mudança? – Os profissionais da educação vão precisar se adaptar ao novo modelo, pois deverão planejar e realizar as aulas de maneira integrada entre as diferentes /áreas de conhecimento/ disciplinas. Um profissional reconhecido pela instituição de ensino poderá ministrar conteúdos relacionados a sua experiência profissional. Neste caso, um engenheiro, por exemplo, poderá dar aulas.

Como isso se dará na prática, deve variar de estado para estado. Em São Paulo, cada professor vai continuar tendo seu componente curricular, mas a organização do material didático será por área de conhecimento. “O professor de Física, por exemplo, vai dar uma sequência didática dentro de um material que divide com Química”, exemplifica a especialista em Ensino Médio Bruna Caruso.