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O comportamento estável, chamado de hábito, só pode ser mudado ou eliminado com muito esforço. Os hábitos indicam características individuais, pois se formam na memória de cada pessoa.

De acordo com a neurocientista Livia Ciacci, há uma importante relação entre os conceitos de hábito e memória. “A necessidade de memorizar comportamentos sempre foi primordial para nossa sobrevivência: ter o hábito de evitar locais escuros e preferir alimentos mais calóricos foram extremamente relevantes em ambientes selvagens”, exemplifica Lívia.

No entanto, o ser humano é um ótimo aprendiz e tem a possibilidade de buscar um equilíbrio entre o “instinto” e a razão. Na hora de escolher um comportamento novo e incorporá-lo na rotina, é importante aprendê-lo e praticá-lo muitas vezes. Nesse momento, entra o esforço consciente.

 

Mudando comportamentos

Mudar alguma conduta requer autocontrole. O cérebro memoriza ações. Então, ao mudar uma delas, certo desconforto é gerado. Dormindo entre sete e oito horas por dia, não consumindo drogas ou álcool, mantendo boa alimentação e praticando exercícios físicos, você receberá diariamente recargas na sua capacidade de autocontrole.

“Para usar o autocontrole na mudança de comportamento, é preciso estar com essa capacidade carregada ao máximo, e não a gastar totalmente com outras demandas que exigem esforço. Por isso, o processo não será igual para todas as pessoas. Também devemos buscar dar um passo de cada vez”, alerta a especialista.

 

Cérebro precisa de tempo

Para que sejam desenvolvidas novas formas de pensar e agir, o cérebro precisa de tempo. O mais importante é treiná-lo diariamente. Hábitos são formados por recompensa e gatilho. Procure abandonar aquele hábito que faz você fugir do seu objetivo. Se naquela rua vende aquela sobremesa que lhe afasta da dieta, então, não passe por ela – evite o gatilho. Por outro lado, se estiver indo bem com seu propósito, associe-o a algo positivo – essa é a recompensa.

Para uma mudança, as maiores aliadas são a disposição e a insistência. Não esqueça de criar uma rotina para desenvolver um novo hábito ou eliminar um antigo. O cérebro trabalha com repetição.

É necessário também investir no autoconhecimento: cada comportamento está atrelado a uma necessidade emocional. Entender quais emoções estão ligadas a hábitos que você quer mudar é importante para criar outros que tenham eficiência equivalente aos antigos. Assim, o cérebro começa a substitui-los.

 

(Fontes Danielle Souza, Metropoles e Revista Ciência)