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 Abordaremos neste artigo um novo termo referente à dificuldade das mulheres na colocação de suas ideias no mundo corporativo e em algumas importantes invenções. Ao longo da história, inúmeras mulheres brilhantes foram responsáveis por grandes invenções e descobertas que têm impacto em nossas vidas até hoje, mas, infelizmente, não tiveram o reconhecimento imediato das suas criações por terem sido retaliadas ou boicotadas. São incontáveis pesquisas nas áreas da química, física, matemática, biologia, entre outras.     

Um dos exemplos é o jogo Monopoly, para nós o Banco Imobiliário. Ele foi criado por Elizabeth Magie Phillips, inicialmente com o nome de The Landlord’s Game, ou “O Jogo do Senhorio” com o objetivo de mostrar na prática como funciona do sistema econômico imobiliário. O jogo começou a se popularizar. Alguns anos depois ao pedir a patente, Elizabeth foi impedida por Charles Durow, que o havia registrado em seu nome. O jogo então foi vendido para Parker Brothers, deixando-a ainda mais esquecida.

Outro caso interessante aconteceu com Lise Meitner, física de origem sueca e austríaca, que conduziu pesquisas sobre o urânio com o seu parceiro de laboratório Otto Hahn. Na década de 1940, a dupla descobriu que a divisão dos núcleos atômicos durante uma fissão liberava grandes quantidades de energia e Meitner escreveu a sua primeira explicação teórica sobre o processo. No entanto, Hahn ficou com o crédito exclusivo da descoberta, recebendo o Prêmio Nobel de Química em 1944.

A professora de microbiologia e imunologia da Universidade de Stanford, Esther Lederberg, dedicou todos os seus esforços em pesquisas sobre a transferência de colônias bacterianas ao lado de seu marido, também cientista, Joshua Lederberg. Em 1951, Esther descobriu um vírus capaz de infectar bactérias e o casal criou uma bem sucedida técnica de transferência de colônias bacterianas chamada “The Lederberg Method”, que é usada até hoje. No entanto, somente a Joshua foi oferecido o Prêmio Nobel de Fisiologia da Medicina.

Na área das artes um dos casos mais famosos é o da escultora Camille Claudel, amante do famoso escultor Rodin. Ofuscada por ele, morreu esquecida em um asilo. Somente em 2017 foi inaugurado o Museu Camille Claudel, dedicado às suas obras e esculturas. Suas criações tiveram que esperar décadas para serem finalmente reconhecidas como um dos maiores nomes da escultura em todos os tempos.

São inúmeros exemplos e no presente a história se repete. Na Olimpíada de 2016, no Rio, a nadadora húngara Katinka Hosszú foi a prova viva disso. Ao ganhar uma medalha de ouro e quebrar recordes na piscina, não foi ela e, sim, seu marido e treinador quem ganhou destaque na mídia. A rede norte-americana NBC chegou a escrever, ao lado de uma foto dele, “aqui está o homem responsável”.

A denominação usada para esse tipo de comportamento vindo de um homem quando se apropria das ideias, invenções ou estudos de uma mulher chama-se “bropropriating”.

O Termo é novo. “Bropropriating” é a junção de “bro” (brother – irmão) e “appropriating” (apropriação) refere-se à apropriação por parte de um homem da ideia de uma mulher, levando ele o crédito por isso. Em muitos locais, como reuniões, as mulheres colocam suas ideias e não são ouvidas ou não são levadas em consideração. Então um homem repete a mesma coisa e é aplaudido. Em seu livro “Faça Acontecer”, Sheryl Sandberg explica que as mulheres são criadas como delicadas, suaves e gentis, jamais como enfáticas ou assertivas. E, quando se impõem, são vistas como masculinizadas. Não há dúvidas de que isso atrapalha a vida profissional.

Vivemos em uma sociedade onde a mesma ideia dita por uma mulher e por um homem tem pesos diferentes, a dela geralmente é desvalorizada. Ter ideias roubadas leva à estagnação profissional, à falta de motivação para trabalhar e até mesmo ao bloqueio criativo. Isso pode gerar questões emocionais que afetam a vida como um todo: ansiedade, angústia e mesmo depressão.  A falta de reconhecimento impede o avanço da mulher até porque ela mesma passa a se menosprezar. O ideal é haver uma conscientização e mudança de cultura em todas as esferas de poder, a começar pelas lideranças. Sejam outras mulheres, homens, pessoas que ocupam cargos de chefia, enfim, todos que as rodeiam para que se consiga, de alguma maneira ajudar a todas.

Por último um bônus: a cerveja foi inventada por mulheres. Um brinde a todas as mulheres que mudaram a história!